domingo, 1 de julho de 2007

O Hezbollah.....Formação e evolução

O Hezbollah nasceu no contexto do Médio Oriente de finais dos anos setenta e inícios dos anos oitenta, época marcada pela Revolução Islâmica no Irã (1979) e pela invasão Israelense ao sul do Líbano (1982). O grupo teve o seu nascimento formal em 1982, tendo sido criado por um grupo de clérigos xiitas (muitos dos quais tinha estudado no Irã) com o objetivo de expulsar as forças armadas israelenses do sul do Líbano e de estabelecer uma estado islâmico no país (tradicionalmente uma nação composta por várias comunidades religiosas) nos moldes do estado islâmico criado no Irã. O primeiro secretário-geral da organização foi o xeque Sobhi Tufeili.
O Hezbollah estabeleceu-se principalmente nas áreas de maioria xiita do Líbano, como o Vale de Bekaa, o sul da cidade de Beirute e o sul do Libano. Os militantes do grupo foram recrutados entre os jovens xiitas, muitos dos quais tinham sido membros do Amal, uma milícia laica pró-síria. A nível financeiro e de armamentos, o Hezbollah foi apoiado pelo Irã. Mais tarde, passou a ser apoiado pela Síria, que utilizou o grupo na sua disputa com Israel sobre os Montes Golã.
Com o fim da guerra civil libanesa em 1991, o Hezbollah foi um dos poucos grupos que não foram desarmados pela Síria. Em 1992 o sucessor de Sobhi Tufeili no cargo de secretário-geral, Abbas Musawi, foi morto por agentes israelitas. Musawi chamava Israel de "o cancer do Oriente Médio" e prometia "apagar qualquer traço de Israel da Palestina". Seu projeto era de "se intensificar politica e militarmente a ação para desmantelar as conversações de paz". Desde então o cargo é ocupado por Hassan Nasrallah.
Foi também no ano de 1992 que o Hezbollah obteve pela primeira vez representação no parlamento do Líbano. Nas eleições de 2005, o Hezbollah conquistou 14 deputados no parlamento (num total de 128).
Atualmente goza de certa popularidade no mundo árabe-muçulmano por ter assumido a responsabilidade de levar Israel a deixar o sul do Líbano em Junho de 2000. Por outro lado, possui opositores veementes por seu posicionamento radical e anti-democratico e por ter atirado o Libano em uma guerra sem motivos, com o rapto de soldados Israelenses e o bombardeamento de cidades no Norte de Israel. Reconhece o princípio do welayet-al-faqih, ou seja, a primazia do guia da revolução iraniana sobre a comunidade xiita, o que significa sacrificar os interesses nacionais da politica Libanesa em função da do controle religioso Iraniano. O desejo de transformar o Líbano num estado islâmico parece ter sido colocado de lado, movido por considerações de ordem prática, ainda que continue recebendo suporte economico estrategico e militar do Irã e Siria e não tenha abandonado sua faceta religiosa radical.

1 comentário:

Unknown disse...

Gostei muito, vcs foram além e informaram atualidades de grande importância para compreender o tema. Valeu!
Andrea