domingo, 1 de julho de 2007

Terrorismo

Terrorismo é um método que consiste no uso de violência, física ou psicológica, por indivíduos, ou grupos políticos, contra a ordem estabelecida através de um ataque a um governo ou à população que o legitimou, de modo que os estragos psicológicos ultrapassem largamente o círculo das vítimas para incluir o resto do território.
A guerra de guerrilhas é frequentemente associada ao terrorismo uma vez que dispõe de um pequeno contingente para atingir grandes fins fazendo uso cirúrgico da violência para combater forças maiores. Seu alvo, no entanto, são forças igualmente armadas procurando sempre minimizar os danos a civis para conseguir o apoio destes. Assim sendo, é tanto mais uma táctica militar quanto menos uma forma de terrorismo.
Segundo um estudo do Exército dos Estados Unidos da América de 1988 existe uma centena de definições da palavra Terrorismo.

Conceito moderno Terrorismo

Tendo em vista as notáveis ações dos últimos anos, o terrorismo ganhou significados variados e polivalentes. O grande fluxo de informações e/ou imagens geradas por esse tipo de comportamento tem tido grande influência na construção desses significados.
Terrorismo indiscriminado ou aleatório: São todas as ações que se destinam a fazer um dano a um agente indefinido ou irrelevante. Não existe um alvo estabelecido previamente. Este visa a propagação do medo geral na população, visa cansar a retaguarda, vencer por um sentimento geral de instabilidade. Exemplos: A Colocação de bombas em cafés, parques de estacionamento, metrô.
Terrorismo Seletivo: visa atingir diretamente um indivíduo. Seletivo significa que visa um alvo reduzido, limitado, específico e conhecido antes de efectuar o ato. Visa a chantagem, vingança ou eliminação de um obstáculo. Considera-se terrorismo porque tem efeitos camuflados, e efeitos políticos, pretende pôr em causa uma determinada ordem. Exemplo: Ku Klux Klan, ETA, Al Qaeda, IRA, Frente de Libertação Islâmica, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Exército de Libertação Nacional na Colômbia, Grupo Combatente Islâmico Marroquino, Separatistas Chechenos, Brigada dos Mártires Al Aqsa, Hezbollah, por vez aplicam este terrorismo, e PCC ( Primeiro Comando da Capital), atacando ruas, Departamentos de Polícias, ônibus (autocarros) e Agências Bancárias no Brasil, com origem no Estado de São Paulo.

Terrorismo e Lavagem de Dinheiro
Os conselhos internacionais reunidos a partir da Convenção de Viena em 1988 e especialmente depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, voltados para a prevenção e o combate à lavagem de dinheiro, têm dedicado especial atenção à questão do financiamento ao terrorismo, especialmente porque, com os recentes avanços tecnológicos, as transferências financeiras acontecem rapidamente, e isso facilita a logística das operações terroristas.

Terrorismo de Estado

A expressão terrorismo de Estado foi forjada pela URSS no quadro da Guerra Fria para designar a Operação Condor que foi uma estratégia de repressão comum aos governos autoritários da América do Sul dos anos 1970, idealizada e apoiada pelos Estados Unidos da América, para o enfrentamento dos movimentos de extrema esquerda, notadamente no Brasil no Chile e na Argentina.
A expressão passou a ser comum nas denúncias das práticas massivas, pelos serviços secretos, de assassinatos, torturas, censura aos meios de comunicação e exercício enfim de uma série de violências similares aos empregados no terrorismo.

Definição:
Conforme definição do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, terrorismo é um tipo muito específico de violência, apesar do termo ser usado para definir outros tipos de violência considerados inaceitáveis. Ações terroristas típicas incluem assassinatos, seqüestros, explosões de bombas, matanças indiscriminadas, raptos, linchamentos. É uma estratégia política e não militar, e é levada a cabo por grupos que não são fortes o suficiente para efetuar ataques abertos, sendo utilizada em época de paz, conflito e guerra. A intenção mais comum do terrorismo é causar um estado de medo na população ou em setores específicos da população, com o objetivo de provocar num inimigo (ou seu governo) uma mudança de comportamento.
Actos terroristas clássicos incluem os ataques de 11 de Setembro de 2001 quando foram destruídas as torres gêmeas em Nova Iorque, assim como ataques a bomba na Irlanda do Norte, Oklahoma, Líbano e Palestina.

Organizações terroristas e terrorismo de estado : Terrorismo organizado

As mais famosas organizações terroristas do século XX foram as Brigadas Vermelhas na Itália, O IRA (Exército Republicano Irlandês), a OLP (Organização pela Libertação da Palestina), a Ku Klux Klan, a Jihad Islâmica, Abu Nidhal, a Al-Qaeda e o ETA. Terrorismo é algo extremamente difícil de se controlar ou prevenir, especialmente se seus membros estão dispostos a correr risco de morte no processo, mas é uma ofensa criminosa em praticamente todos os códigos legais do mundo (veja-se a Convenção de Praga de 1907 e a Convenção de Genebra de 1949). Alguns governos têm ou tiveram ligações comprovadas com grupos terroristas, que incluem financiamento ou apoio logístico, como o fornecimento de armas e explosivos e de locais de abrigo e treino. São os casos, entre outros, do Iêmen, da Líbia, e dos países que apoiaram o regime Talibã no Afeganistão, mas também dos próprios Estados Unidos da América e outros países ocidentais.

Terrorismo de Estado (Estados repressores)
Semelhante nos efeitos, mas em geral bastante diferente nos métodos, a repressão política em estados ditatoriais é por vezes associada ao terrorismo, apontando-se para situações como o holocausto na Alemanha nazi, a repressão estalinista na União Soviética, a China de Mao, o domínio do Japão na China e Sudeste asiático antes e durante a Segunda Guerra Mundial, o genocídio arménio na Turquia, as ditaduras na América Latina (Pinochet no Chile, Fidel Castro em Cuba, Alfredo Stroessner no Paraguai e Rafael Leónidas Trujillo na República Dominicana), o regime de Pol Pot no Camboja, a ocupação indonésia em Timor-Leste, ou os actuais regimes ditatoriais de Myanmar, da Coreia do Norte, do Turquemenistão, etc.

História do terrorismo

Terrorismo tem sido registrado na História pelo menos desde a época dos antigos gregos. Antes do século XIX os terroristas poupavam os inocentes não envolvidos no conflito. Por exemplo, na Rússia quando os radicais tentavam depor o Czar Alexandre II, cancelaram várias ações porque iriam ferir mulheres, crianças, velhos ou outros inocentes. Nos últimos dois séculos, entretanto, enquanto os Estados foram ficando cada vez mais burocratizados, a morte de apenas um líder político não causava as mudanças políticas desejadas, de modo que os terroristas passaram a usar métodos mais indiretos de causar ansiedade e perda de confiança no governo.
O terrorismo atual tem crescido entre os desesperados devido ao impacto psicológico que ele pode ter no público, graças à extensa cobertura que a imprensa pode dar. Terrorismo é freqüentemente o último recurso dos desesperados, e pode ser usado por grandes ou pequenas organizações. Historicamente, grupos lançam mão do terrorismo quando eles acreditam que os métodos mais pacíficos, como protestos, sensibilização do público, ou declaração de estado de guerra não trazem esperança de sucesso. Isso sugere que talvez uma maneira eficaz de combater o terrorismo seja garantir que em qualquer caso em que a população se sinta psico-neuroprimida, permaneça aberta uma via para garantir a ela alguma atenção, mesmo que essa população seja uma minoria em opinião(a garantia plena da liberdade e da democracia é fundamental, caso contrário isto será considerado um terror estatal contra a neuro-liberdade de pensamento e opressão de psicopinião legalizada por uma constituição ultrapassada e propositalmente limitadora). Uma outra razão de se engajar no terrorismo é uma tentativa de consolidar ou ganhar poder através da inoculação do medo na população a ser controlada (ver também racismo e intolerância), ou estimular um outro grupo a se tornar um inimigo feroz, impondo uma dinâmica polarizada de eles-contra-nós. Uma terceira razão para passar ao terrorismo é desmoralizar e paralisar o inimigo pelo medo; isso às vezes funciona, mas outras vezes endurece a posição do inimigo. Freqüentemente um pequeno grupo engajado em atividades terroristas pode ser caracterizado por várias dessas razões. Em geral ações contra terroristas podem resultar em escaladas de outras ações de vingança; entretanto, é sabido que se as conseqüências de atos terroristas não são punidas, torna-se difícil deter outros grupos de terroristas.
O terrorismo depende fortemente da surpresa e é freqüente que ocorra quando e onde é menos esperado. Ataques terroristas podem desencadear transições súbitas para conflito ou guerra. Não é raro que depois de um ataque terrorista vários grupos não relacionados reivindiquem a responsabilidade pela ação; isto pode ser visto como "publicidade grátis" para os objetivos ou planos da organização. Devido à sua natureza anônima e, freqüentemente, auto-sacrificial, não é incomum que as razões para o atentado permaneçam desconhecidas por um período considerável de tempo.

O Hezbollah.....Formação e evolução

O Hezbollah nasceu no contexto do Médio Oriente de finais dos anos setenta e inícios dos anos oitenta, época marcada pela Revolução Islâmica no Irã (1979) e pela invasão Israelense ao sul do Líbano (1982). O grupo teve o seu nascimento formal em 1982, tendo sido criado por um grupo de clérigos xiitas (muitos dos quais tinha estudado no Irã) com o objetivo de expulsar as forças armadas israelenses do sul do Líbano e de estabelecer uma estado islâmico no país (tradicionalmente uma nação composta por várias comunidades religiosas) nos moldes do estado islâmico criado no Irã. O primeiro secretário-geral da organização foi o xeque Sobhi Tufeili.
O Hezbollah estabeleceu-se principalmente nas áreas de maioria xiita do Líbano, como o Vale de Bekaa, o sul da cidade de Beirute e o sul do Libano. Os militantes do grupo foram recrutados entre os jovens xiitas, muitos dos quais tinham sido membros do Amal, uma milícia laica pró-síria. A nível financeiro e de armamentos, o Hezbollah foi apoiado pelo Irã. Mais tarde, passou a ser apoiado pela Síria, que utilizou o grupo na sua disputa com Israel sobre os Montes Golã.
Com o fim da guerra civil libanesa em 1991, o Hezbollah foi um dos poucos grupos que não foram desarmados pela Síria. Em 1992 o sucessor de Sobhi Tufeili no cargo de secretário-geral, Abbas Musawi, foi morto por agentes israelitas. Musawi chamava Israel de "o cancer do Oriente Médio" e prometia "apagar qualquer traço de Israel da Palestina". Seu projeto era de "se intensificar politica e militarmente a ação para desmantelar as conversações de paz". Desde então o cargo é ocupado por Hassan Nasrallah.
Foi também no ano de 1992 que o Hezbollah obteve pela primeira vez representação no parlamento do Líbano. Nas eleições de 2005, o Hezbollah conquistou 14 deputados no parlamento (num total de 128).
Atualmente goza de certa popularidade no mundo árabe-muçulmano por ter assumido a responsabilidade de levar Israel a deixar o sul do Líbano em Junho de 2000. Por outro lado, possui opositores veementes por seu posicionamento radical e anti-democratico e por ter atirado o Libano em uma guerra sem motivos, com o rapto de soldados Israelenses e o bombardeamento de cidades no Norte de Israel. Reconhece o princípio do welayet-al-faqih, ou seja, a primazia do guia da revolução iraniana sobre a comunidade xiita, o que significa sacrificar os interesses nacionais da politica Libanesa em função da do controle religioso Iraniano. O desejo de transformar o Líbano num estado islâmico parece ter sido colocado de lado, movido por considerações de ordem prática, ainda que continue recebendo suporte economico estrategico e militar do Irã e Siria e não tenha abandonado sua faceta religiosa radical.

Atuação do Hezbollah

O Hezbollah constitui-se em um dos principais movimentos radicais de combate à presença israelense no Oriente Médio, utilizando de ataques de guerrilha e terrorismo e já possui objetivos declarados: a luta contra o estado de Israel, que é o deslocamento integral do Estado de Israel e expulsão da população israelita para outras regiões do planeta.
O Hezbollah professa a destruição completa do estado de Israel.
Desenvolve também uma série de atividades em cinco áreas: ajuda a familiares de "mártires" (com o pagamento de mensalidades para familias de terroristas que cometem crimes), saúde (possui uma rede de hospitais em todo o Líbano, que são utilizados como depositos de armamentos para seus ataques terroristas), educação religiosa xiita (possui uma rede de escolas que somente ensina valores religiosos Islamicos e ideologia radical), reconstrução e agricultura.
O Hezbollah conta com cinco hospitais, 43 clínicas e duas escolas de enfermagem. Segundo a ONU, ao menos 220 mil pessoas em 130 cidades libanesas se tratam nesses locais. Os hospitais do Hezbollah somente atendem mulçumanos, não recebendo pacientes de outras religiões. O Hezbollah possui 12 escolas com sete mil alunos e setecentos professores e centros culturais franceses auxiliam no aperfeiçoamento do corpo docente.
Na reconstrução, existe uma instituição exclusiva para reparar danos causados por ataques israelenses, enquanto que na agricultura engenheiros agrônomos formados em Beirute, na Síria, no Irã e na Alemanha, desenvolvem projetos agrícolas para garantir a base da economia de subsistência do sul do país.
Em 23 de Outubro de 1983, dois atentados suicidas contra a força multinacional de interposição fizeram 248 mortes de americanos e 58 mortes de franceses. Os Estados Unidos acusam o Hezbollah e o Irã de estarem por trás do atentado. Alguns pensam que o atentado que fez partir os Estados Unidos e a França foi realizado por um grupo de homens que não pertencem à nenhum partido, apesar desta hipotese não fazer o menor sentido e corresponder ao padrão de atuação do Hezbollah.

Al-Qaeda fala em ofensiva futura contra Hamas

O "número dois" da al-Qaeda diz que está a ser preparada uma ofensiva contra o Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza. Num registo sonoro, Ayman al-Zawahiri, que apoia este movimento, diz que está acção terá o apoio de egípcios e sauditas

O "número dois" da al-Qaeda considera que está em preparação uma ofensiva contra o Hamas que terá o apoio do Egipto e da Arábia Saudita e que, por isso, o movimento islâmico que controla actualmente a Faixa de Gaza precisa de todo o apoio.Numa registo áudio colocado num "site", Ayman al-Zawahiri explicou que agora que o Hamas controla toda a Faixa de Gaza «o teatro está a ser preparado agora para uma invasão de Gaza» e que por isso é necessária a «união de todos os irmãos mujahideen da Palestina».«Devemos hoje apoiar os mujahideen da Palestina, incluindo os mujahideen do Hamas apesar dos erros da sua direcção», continuou al-Zawahiri, conhecido pelas suas críticas ao Hamas desde que este movimento islâmico aceitou participar nas eleições que o conduziram ao poder em Janeiro de 2006.Apesar do apoio dado ao Hamas pelo "número dois" da organização liderada por Osama bin Laden, Ayman al-Zawahiri defendeu, mesmo assim, que o movimento islâmico deve «rectificar a sua linha» política.Este registo sonoro surgiu no dia em que se inicia a cimeira israelo-árabe de Sharm el-Sheik, no Egipto, onde deverá ser dado mais apoio ao presidente palestino e líder da Fatah, Mahmud Abbas.No domingo, o ex-primeiro-ministro palestino e membro do Hamas, Ismail Haniyeh, tinha pedido aos palestinos para não se deixarem ir nas «ilusões e não seguirem as miragens de americanos e israelitas, que não darão direitos ao nosso povo».

ETA: Espanha em alerta com fim de trégua

O grupo terrorista basco ETA decretou o fim da trégua de 15 meses e acusou o governo espanhol de perseguição política e tortura de presos. As forças de segurança estão em estado de alerta. ETA decreta fim de trégua Grupo terrorista basco alega falta de espaço político e põe Espanha em alerta MADRI Aorganização terrorista basca ETA anunciou ontem que a partir de hoje retornará a luta contra o governo espanhol "em todas as frentes", encerrando um cessar-fogo iniciado em 24 de março de 2006. O presidente do governo espanhol, José Luis Zapatero, em pronunciamento à população, disse que Madri não vai ceder a qualquer ameaça terrorista, mas sofreu críticas do principal partido de oposição, que o acusou de ser condescendente com o grupo nos últimos meses. O governo decidiu manter as forças de segurança em estado de alerta de nível 2, um dos mais elevados, que já estava em vigor desde fevereiro, no início do julgamento dos suspeitos dos atentados do 11 de Março. Tenso, Zapatero disse ontem que o ETA já terminara o cessar-fogo ao explodir um carro-bomba no estacionamento do aeroporto de Barajas, em Madri, matando dois equatorianos em 30 de dezembro. - Hoje o ETA tomou a mesma decisão que outras vezes no passado e, agora como antes, volta a errar - disse o presidente. - A resposta a esse novo erro será a que sempre foi dada pelos governos da Espanha, as forças democráticas e a sociedade em seu conjunto. Uma resposta ancorada na defesa comum dos valores e instituições democráticos, na estrita aplicação do Estado de direito, na eficácia das forças de segurança do Estado e na cooperação internacional. Horas antes, o grupo separatista ETA (iniciais de Pátria Basca e Liberdade), num comunicado publicado nos jornais bascos "Berria" e "Gara", responsabilizara Madri pelo fim da trégua. "Desapareceram os disfarces. A disposição de Zapatero se converteu num fascismo que deixa partidos e cidadãos sem direitos", afirmou o grupo, acusando o governo de tortura e prisões. A decisão do grupo - fundado em 1959 e que desde 1968 matou mais de 800 pessoas - parece ter sido tomada em reação à posição do governo nas eleições municipais de 27 de maio. Madri, que já banira o nacionalista Batasuna (considerado o braço político do ETA) em 2003, impediu vários partidos que serviriam de testas-de-ferro para o grupo de lançarem candidatos, no que o ETA chamou de "eleições antidemocráticas". Coincidentemente, o último grande período de trégua do ETA, entre setembro de 1998 e dezembro de 1999, durou o mesmo número de dias que o terminado hoje: 439. O primeiro ataque após o fim do cessar-fogo anterior ocorreu após um mês e meio, em 21 de janeiro de 2000. O governo do País Basco, do partido autonomista moderado PNV, considerou a nota do ETA uma "brincadeira macabra", referindo-se ao fato de o cessar-fogo ter acabado, na prática, com o atentado de 30 de dezembro. - Em nome de quem atua o ETA? Em nome do povo basco, não - disse a porta-voz do governo, Miren Azkarate. - Nós, bascos, sabemos defender nossos direitos democraticamente. Zapatero pediu apoio unânime de todas as forças políticas do país e marcou uma reunião com Mariano Rajoy, líder do principal partido da oposição, o PP. Rajoy, porém, exigiu que "o governo retifique" suas ações contra o ETA e "deixe de ambigüidades", referindo-se às negociações com o grupo. Desde o ataque ao aeroporto os contatos com o ETA - iniciados em junho de 2006 - estavam interrompidos. Nos últimos meses as autoridades apreenderam armas e descobriram cartas de extorsão para empresários bascos. O chefe da Polícia Civil, Joan Mesquida, afirmou ontem que "em momento algum estivemos em trégua". Ele disse que mais de 300 membros do ETA foram presos no período do cessar-fogo.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

A guerra, depois da guerra

O governo norte-americano declarou terminada a guerra do Iraque há exatamente um ano, tempo que já dura a ocupação do país pelas tropas lideradas pelos Estados Unidos. Desde então morreram duas vezes mais soldados norte-americanos do que durante o tempo da guerra - segundo os critérios dos estrategistas dos EUA -, o mundo está mais inseguro sem Sadam Hussein no poder, seu aliado Aznar acaba de cair, derrotado pelas mentiras sobre a luta "contra o terrorismo" e o próprio Bush vê ameaçada sua reeleição.Tratou-se, na segunda guerra do Iraque, da aplicação mais coerente e conseqüente da nova estratégia político-militar dos EUA, formulada no segundo semestre de 2002, que reivindica para esse país o direito de utilizar todos os meios para manter sua superioridade militar, assim como o direito de atuar como "polícia do mundo", ao teorizar a necessidade de um novo "poder imperial", que imponha ordem em regiões e países do mundo incapazes de se autogovernar, no marco do que reivindica também o direito de "guerras preventivas", que previnam ataques "terroristas". Militarizam-se os conflitos, que serão tratados por meio da força, simultaneamente à retirada de qualquer acordo internacional pelos EUA - como ficou claro na sua decisão unilateral de atacar o Iraque, mesmo sem apoio da ONU -, porque ataques preventivos e unilaterais só são possíveis como uso da força e não de um impossível consenso em torno de uma doutrina legitimadora da superioridade militar norte-americana.O caráter "preventivo" da guerra do Iraque sequer se confirmou, porque as "armas de destruição massiva" não foram encontradas, o argumento passou a ser o de que "o mundo está mais seguro sem Sadam". Hoje os mesmos dirigentes são obrigados a reconhecer que forjaram relatórios a fim de impor a necessidade de uma guerra que era perfeitamente evitável. Mas ela projetou Bush e Blair como cabeças da "guerra contra o terrorismo" em escala mundial e forçam seus aliados a se adaptar a essa prioridade estratégica norte-americana.As guerras, porém, não acabam quando os que se consideram vencedores assim o decretam, porque lhes convêm. A guerra regular terminou, os EUA triunfaram, mas têm enormes dificuldades para impor sua "pax". O país, já dividido em termos religiosos e políticos, ficou mais ainda com a presença das forças de ocupação. Se não há formas alternativas que pudessem reunificar o Iraque, tampouco parece haver coalizão suficiente de forças para estabilizar a ocupação. Daí que o país se dessangre, com uma resistência ativa, que golpeia não apenas militares de ocupação, mas também os que ela considera colaboradores dessas forças, assim como a população em geral, como para provar que a ordem não pode reinar em um Iraque ocupado.Terror em MadriOs atentados de Madri, dois anos e meio depois dos de Nova York e Washington, podem estar demonstrando que finalmente os grupos islâmicos estão preparados para golpear outros alvos frágeis - cidades de países como a Espanha, a Itália, a Inglaterra - pela participação de seus governos na guerra e ocupação do Iraque. Seriam alvos fáceis, mas facilitariam a missão norte-americana de comprometer esses aliados com sua política de privilegiar o "combate ao terrorismo".No entanto o resultado eleitoral da Espanha, punindo a Aznar e seu partido da "nova direita", o PP, pela mentira, pela tentativa de instrumentalização dos atentados para obter ganhos eleitorais e por deixar a população do país vulnerável pelo apoio incondicional a Bush, levou à queda de um dos governos mais estreitamente aliados dos EUA e pode indicar uma direção perigosa para os que estreitem ainda mais suas alianças com Washington.Os atentados de Madri podem significar um enfraquecimento ou um fortalecimento da nova candidatura de Bush. Ele se enfraquece, na medida em que se constata que o mundo é mais vulnerável do que há dois anos e meio aos ataques terroristas e que os aliados de Bush, como Aznar, têm dificuldades em se manter no poder, quando se comprometem fortemente com a estratégia belicista dos Estados Unidos. Mas Bush pode se fortalecer, conforme se tome os atentados como confirmação do risco que a Al Qaeda representa para todo o mundo e da necessidade de privilegiar a "guerra contra o terrorismo", o que favorece a reeleição no plano interno.Desafios para a esquerda Esse quadro coloca um duro desafio para os que lutamos por "um outro mundo possível". Os fundamentalistas islâmicos retomam sua ofensiva para polarizar contra o poder imperial norte-americano, buscando ocupar o lugar central de resistência, dando-lhe um caráter religioso e impondo métodos de terror. A resistência iraquiana, de muito valor como expressão da forma de resistência contra a ocupação do seu país, estende cada vez mais seus atentados, afetando agora não apenas a soldados estrangeiros, mas a acusados de colaboração e, mais do que isso, de forma indiscriminada, fazendo ações que têm população civil, para procurar demonstrar que os EUA não capazes de garantir a ordem interna.Os que lutamos pela resolução pacífica e negociada dos conflitos mundiais e locais temos que ser capazes de propor não somente uma política de democratização das relações políticas mundiais, mas também um plano de paz para o Iraque e para outras zonas de maior conflito no mundo hoje. Temos que saber demonstrar que uma outra via, que não a do terror de lado a lado, é possível, necessária e urgente.As guerras atualmente têm nos povos desarmados suas principais vítimas, da mesma forma que os atentados terroristas. Elas representam o triunfo dos mais fortes, que se valem dos recursos que lograram acumular para transformá-lo em força técnica e militar para oprimir aos povos e às nações que não se submetem a seus desígnios. A linha de ação dos EUA, de militarizar os conflitos, é a de tentar impor sua superioridade material sobre os outros, fazendo dela o instrumento essencial de sua dominação.A hegemonia norte-americana no mundo, um ano depois do fim oficial da guerra do Iraque, está em crise? Quais os elementos de força e de debilidade na construção de uma hegemonia alternativa? Estas são questões fundamentais para nossa luta hoje. Qualquer superestimação ou subestimação da força de cada um dos campos nos afastará da correlação real de forças existente no mundo e nos deixará despreparados para enfrentar os desafios presentes e futuros.Força dos valores americanos A maior força dos EUA hoje no mundo não está na sua superioridade militar. Vietnã e Cuba já demonstraram que ela pode ser vencida. A superioridade norte- americana, responsável pela sua hegemonia mundial, está na força da sua ideologia, dos valores cotidianos que propagam pelo mundo afora, na forma de vida que fabricam, praticam e exportam para todos os rincões do planeta. Nisso reside sua força maior. Com o desaparecimento do "campo socialista", os EUA praticamente ocupam sozinho o espaço das formas de vida em sociedade hoje no mundo. O contraponto vem de formas de organização social mais atrasadas, como as do fundamentalismo islâmico, conservadoras, religiosas, repressivas. Até a China se deixa influenciar pelas formas de vida norte-americanas, depois de ter passado séculos fechada em sua cultura e forma de vida. Apóiam-se não apenas na crise do socialismo, mas também numa máquina publicitária e informativa mundial, com uma poderosa capacidade de influência no mundo todo.A economia dos EUA, embora não tenha hoje o ímpeto que teve há algumas décadas, é mais forte, comparada com as outras - a soviética desapareceu, a japonesa e a alemã se enfraqueceram -, constituindo-se na locomotiva da economia mundial, embora com graves debilidades e dependendo muito do exterior. Mas praticamente todos os outros países também dependem da economia norte-americana.Não devemos superestimar a força dos EUA, mas tampouco acreditar que se trata de um "tigre de papel", que eles têm "dominação sem hegemonia", isto é, tem o poder pela força. Estas são versões simplistas, que não dão conta da força do inimigo e, ao subestima-lo, pode não acumular a força suficiente para derrota-lo. Isto aconteceu no passado recente, com as versões do tipo "o mundo caminho para o socialismo", como se os destinos da humanidade caminhassem independentemente da capacidade de organização, de consciência e de luta dos homens e mulheres concretamente existentes.Temos que dar o combate em todas as frentes, mas privilegiar a mobilização popular, a consciência política e a criação e formas de vida alternativas, que prefigurem o tipo de sociedade que queremos. A luta contra a hegemonia norte-americana é assim uma luta global - econômica, política, militar, ideológica -, pela construção de um tipo de mundo alternativo. A força dos EUA fica mais clara diante da debilidade das outras forças, muitas delas com divergências secundárias com Washington - como os países europeus e o Japão, por exemplo - ou porque pregam formas retrógradas de vida - como os fundamentalistas islâmicos.Daí o desafio de retomar nossa luta, a partir do dia 20 deste mês, para nos apropriarmos da luta antiimperialista, com bandeiras de paz, de solidariedade, de humanismo - aquelas que caracterizam nossa luta por "um outro mundo possível". Esta é a nossa guerra, a guerra pela paz e pela fraternidade entre os povos, pela igualdade e pela justiça.

O Bem, o Mal e o Terrorismo

O terrorismo permanece como uma abstração conceitual. A comunidade internacional não conseguiu, até agora, atribuir-lhe uma definição. Desde 1937, a Liga das Nações tenta adotar uma convenção para previni-lo e reprimi-lo, por falta de um acordo entre os Estados-membros, Pelo mesmo motivo, a ONU, apesar dos diversos debates, ao longo de 60 anos de existência, não pôde determinar sua natureza. Recentemente, durante sua criação, em 1998, o Tribunal Penal Internacional teve que excluir o terrorismo internacional de suas competências, ainda que seja encarregado de sancionar um largo elenco de crimes, que inclui até o genocídio.
Não é por menos que o tema pautou a imprensa. Sistemas repressivos foram instaurados num grande número de Estados, com o pretexto de resistir a uma ameaça julgada existente. Raramente na história da edição, tal quantidade de livros, eruditos ou não, foram consagrados a um fenômeno que conduziu à "guerra" proclamada pelo presidente George W. Bush no dia seguinte aos atentados do 11 de setembro de 2001.
Washington tem motivo para se regozijar: inúmeros Estados concluíram convenções de "cooperação" com os Estados Unidos — o que nem mesmo a resistência ao "comunismo internacional" foi capaz de fazer, na época. Melhor: os EUA dos neoconservadores pôde reunir a União Européia e a Rússia à sua causa, e fechou uma aliança antiterrorista com elas, no início de abril de 2007. Mas se trata de uma convergência repleta de pensadores contrários, e não de um consenso, como pode ser tentador acreditar.

A formação dos Estados-nações

Todos os povos criam laços afetivos e atitudes socioculturais em relação ao território e a sua paisagem. Em um determinado território pode conviver uma diversidade de crenças, valores, tendências, idéias, sistemas de pensamento e tradições de diferentes povos e etnias.
A idéia de nação está geralmente associada ao sentimento e a consciência coletiva de valores e de tradições históricas e culturais, bem como a um destino comum que confere a um grupo de pessoas um sentimento de identidade nacional, tendo, nesse caso, o mesmo significado da palavra povo.
A palavra nação muitas vezes foi associada a um grupo de pessoas que se diferencia dos outros ou a um grupo étnico específico. Era também comumente associada aos habitantes de um território que possuíam interesses comuns e era subordinada a um poder central, confundindo-se, nesse sentido, com o Estado.
O Estado Moderno é uma instituição política relativamente recente, tendo surgido na Europa Ocidental no século XVIII. Chamamos de Estado moderno para diferenciá-lo de outras instituições ou organizações anteriores, como, por exemplo, as cidades-Estados antigas e grandes impérios, cujas características sociais e de estrutura de poder eram diferentes. Vejamos como se formaram os Estados modernos.
Nas sociedades feudais, o poder, descentralizado, estava nas mãos de diversos senhores feudais que dominavam seus territórios. O rei quase não tinha poder, a não ser em alguns casos como em Portugal, e Inglaterra.
Com a desagregação do sistema feudal, essa situação começou a mudar. O poder dos senhores feudais enfraqueceu, levando a centralização do poder dos reis que, apoiados pelas burguesias, formaram as monarquias nacionais ou os Estados nacionais. O sentimento de pertencer a uma nação cresceu na população.
"Desde de a revolução francesa, a nação-estado vinha sendo o modelo da política moderna. Nessa visão, nação e Estados eram congruentes em si. A identidade coletiva, baseada numa tradição comum, proporcionava a base para a identidade política. O estado assumia valores que encaminhavam para criação da nação".
Os Estados que se formavam estavam vinculados a um poder, a um povo, a um território e as suas fronteiras, que no período moderno emolduravam os Estados-nação. Na realidade, estes estados não eram homogêneos, pois formavam-se com a unificação de diversas nações, que possuíam diferenças lingüísticas e étnicas.
Atualmente utilizamos também a palavra para designar os Estados-nações.