quarta-feira, 27 de junho de 2007

O Bem, o Mal e o Terrorismo

O terrorismo permanece como uma abstração conceitual. A comunidade internacional não conseguiu, até agora, atribuir-lhe uma definição. Desde 1937, a Liga das Nações tenta adotar uma convenção para previni-lo e reprimi-lo, por falta de um acordo entre os Estados-membros, Pelo mesmo motivo, a ONU, apesar dos diversos debates, ao longo de 60 anos de existência, não pôde determinar sua natureza. Recentemente, durante sua criação, em 1998, o Tribunal Penal Internacional teve que excluir o terrorismo internacional de suas competências, ainda que seja encarregado de sancionar um largo elenco de crimes, que inclui até o genocídio.
Não é por menos que o tema pautou a imprensa. Sistemas repressivos foram instaurados num grande número de Estados, com o pretexto de resistir a uma ameaça julgada existente. Raramente na história da edição, tal quantidade de livros, eruditos ou não, foram consagrados a um fenômeno que conduziu à "guerra" proclamada pelo presidente George W. Bush no dia seguinte aos atentados do 11 de setembro de 2001.
Washington tem motivo para se regozijar: inúmeros Estados concluíram convenções de "cooperação" com os Estados Unidos — o que nem mesmo a resistência ao "comunismo internacional" foi capaz de fazer, na época. Melhor: os EUA dos neoconservadores pôde reunir a União Européia e a Rússia à sua causa, e fechou uma aliança antiterrorista com elas, no início de abril de 2007. Mas se trata de uma convergência repleta de pensadores contrários, e não de um consenso, como pode ser tentador acreditar.

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